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A comissão administrativa do património da extinta Casa do Douro (CD) iniciou no dia 17 o processo de venda de 81.400 litros de vinho do Porto, para angariar 1,1 milhões de euros e pagar salários e indemnizações aos trabalhadores.
Segundo o regulamento publicado no sítio da internet do Instituto dos Vinho do Douro e Porto (IVDP), a venda é efetuada na modalidade de apresentação de propostas em carta fechada e podem participar neste procedimento de alienação comerciantes de vinho generoso e de vinho do Porto, inscritos no IVDP.
A comissão administrativa explicou que, para esta venda, foram selecionados os lotes de vinho que estão sem ónus, ou seja, que não têm penhora mercantil ao Estado ou à Parvalorem.
Foram escolhidos 81.400 litros de vinho, separados em 27 lotes de colheitas que vão desde 1934 até 2001.
De acordo com o regulamento, a data limite para apresentação de propostas em carta fechada é até ao dia 03 de maio. Cada interessado poderá apresentar propostas relativamente a cada um de todos os lotes em venda, sendo a adjudicação feita a quem ofereça o preço mais elevado por lote.
O preço base por lote vai desde os 48.300 euros aos 80.000 euros.
Depois, o ato de abertura de propostas acontecerá no dia 08 de maio, no edifício sede da Casa do Douro, na cidade de Peso da Régua, distrito de Vila Real. O contrato com cada um dos compradores deve ser celebrado no prazo de dez dias a partir da data de pagamento.
O responsável pela comissão administrativa do património da Casa do Douro, Agostinho Santa, já disse à agência Lusa que o objetivo desta venda é conseguir fazer negócios na ordem dos 1,1 milhões de euros, necessários para pagar as dívidas aos trabalhadores, à Segurança Social e também às Finanças.
Em causa, explicou, estão vencimentos e indemnizações que ficaram por pagar aos funcionários que perderam o vínculo laboral quando a CD foi extinta e outros que já tinham saído da instituição, mas que ficaram também com pagamentos em atraso.
“Pelos indicadores que vamos tendo, penso que poderá haver respostas positivas. Se conseguirmos fazer o dinheiro, também temos resolvido a curto prazo o problema das dívidas aos trabalhadores que é, como temos dito sempre, a nossa prioridade e é uma urgência absoluta”, salientou.
Criada em 1932, a CD viveu durante anos asfixiada em problemas financeiros possuindo uma dívida ao Estado que atingiu, segundo o anterior Governo PSD/CDS-PP, os cerca de 160 milhões de euros.
A Casa do Douro pública foi extinta em dezembro de 2014. Posteriormente a Federação Renovação do Douro ganhou o concurso para gerir a CD privada e, já com o Governo PS, foi nomeada uma comissão administrativa para a regularização das dívidas da extinta Casa do Douro e da situação dos trabalhadores.
Fonte: Porto Canal