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No primeiro trimestre de 2017 o valor das exportações de vinhos portugueses para o mercado brasileiro cresceu 84,5% face ao primeiro trimestre de 2016. Um comportamento “espectacular” conseguido sobretudo pelos vinhos tranquilos, que aumentaram 93,5%, e não tanto pelo segmento do Porto – mas também estes cresceram 25,3%.
Portugal conseguiu alcançar o segundo lugar dos países de quem o Brasil mais importa vinho, estando agora com uma quota de mercado de 15,4%. Na frente deste campeonato continuam os vinhos do Chile que, muito à custa do desempenho de Portugal, caíram de uma quota de mercado de 54% para as actuais 47%.
“Há um conjunto de factores, alguma persistência e trabalho, a começar pelo facto de o trabalho de promoção e de divulgação ter sido uma constante”, explica Monteiro. “Esforços da ViniPortugal, das Comissões das Regiões demarcadas, como o Alentejo, o Dão ou Setúbal, e também o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto. Mas também outros efeitos”, como o bom momento do turismo e a imagem reforçada por estar a sair de uma crise. “Portugal está na moda”, comenta Jorge Monteiro.
Agora deseja-se que seja um movimento sustentado. O mercado brasileiro significa apenas 4,9% das exportações de vinhos portugueses e um volume de negócios de cerca de 30 milhões de euros. A grande vantagem é que há ainda uma grande margem de crescimento.
O facto de Portugal ter conseguido “derrotar” países históricos na importação brasileira, como são a Argentina, a Itália e a França é já “uma excelente notícia”, comenta Jorge Lucki, crítico de vinhos no jornal Valor Econômico, de São Paulo.
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O evento terminou no domingo e os 66 produtores portugueses que participaram no Mercado de Vinhos tiveram oportunidade de, em nove sessões de provas, mostrarem mais de 400 rótulos a um público que se mostrou “interessado” e “interessante”.
Manuel Cabral, presidente do IVDP, disse que os produtores da região do Douro, se mostraram muito satisfeitos com “o poder de compra” e o “posicionamento cosmopolita” que encontraram em São Paulo.
Francisco Mateus, da Comissão Vitivinícola regional do Alentejo, mostrou-se muito entusiasmado com a receptividade. Lembrando que o consumo per capita no Brasil é muito baixo (dois litros por habitante), considera, no entanto, que há mesmo muita margem para crescer.
“Esperamos que para o ano haja mais eventos destes em São Paulo, porque o resultado só pode ser mesmo crescer”, sublinhou.
Fonte: Público