"Em Alenquer ainda hoje corre o boato de que nos terrenos debaixo do portão da Quinta do Garrido, na freguesia de Santana da Carnota, se encontram enterrados soldados franceses que por cá tombaram no tempo das invasões." A Quinta do Garrido já existia em 1873, data em que era o seu proprietário António Ferreira Leal.
A produção de vinhos remontará à data da sua fundação. No entanto, a propriedade dedicava-se principalmente à produção de uvas de mesa e de frutas. A quinta ficou na posse de Francisco Caetano da Rocha Macieira e da sua mulher, Maria Adelaide Gomes da Rocha Macieira após Mário da Costa Arrenegado, pai da atual proprietária a ter cedido. A família Macieira começou desde logo a reestruturar a propriedade com novas plantações e com a modernização da adega já existente. Após o falecimento de Mário da Costa Arrenegado, Maria Adelaide Macieira herda mais duas Quintas no concelho de Alenquer – a Quinta da Gaia e a Quinta de Sans-Souci.
A Quinta da Gaia já existia em 1303, quando D. Dinis deu licença a Domingos de Gaia para fazer uma Azenha na Ribeira de Alenquer, embora actualmente não existem vestígios dessa azenha.
A Quinta de Sans-Souci é um nome composto por duas palavras de origem francesa e tem como significado “livre de cuidado”. A Quinta foi fundada pela década de 1830 e mais tarde adquirida por Bento Pereira do Carmo para sua residência. As três Quintas, juntamente com mais algumas parcelas em Alenquer e uma no Sobral de Monte Agraço, originaram a Sociedade Agrícola Quinta do Garrido, em Abril de 2003. Francisco Caetano Rocha Macieira é natural de Sobral de Monte Agraço e todos na família estiveram relacionados com a agricultura. O atual proprietário acabou por gerir as Quintas com o seu sogro, Mário Arrenegado. Maria Adelaide Macieira, nascida em Santana da Carnota, está igualmente desde cedo inserida no meio agrícola. O filho único do casal, também de seu nome Francisco Macieira, seguiu o caminho vitivinícola da família. Licenciou-se em engenharia agronómica e mais tarde realizou um mestrado em enologia. Começou a trabalhar em enologia em Portugal e mais tarde na Austrália, acabou por voltar em 2013 para gerir em conjunto com a família a SA Quinta do Garrido.
As vinhas Com mais de 40ha de vinhas espalhadas por quatro terroirs diferentes correspondentes a três Quintas e uma parcela, casa casta foi plantada no terroir em que melhor se adaptava às condições edafoclimáticas ai presentes.
Na Quinta da Gaia com solos de aluvião e temperaturas muitos elevadas durante a maturação foram escolhidas as castas francesas Syrah e Alicante Bouschet (das primeiras vinhas de Alicante Boushet em Alenquer).
Na Quinta do Garrido com solos franco-argilosos com elevado teor em calcário as castas:Touriga Nacional, Tinta Barroca, Syrah, Cabernet Sauvignon, Tinta Roriz e Souzão (das primeiras vinhas de Sousão em Alenquer) nos tintos. Arinto e Fernão Pires nos brancos.
A Quinta de Sans-Souci com os seus solos de Aluvião e clima temperado foram a escolha indicada para a casta Sauvignon Blanc. Por ultimo, o casal do Montijo em Sobral de Monte Agraço, pelo seu clima agreste e solo de origem vulcânica, foi plantada a casta Arinto de modo extreme. As vinhas têm em média 20 anos de idade, sendo que algumas contam quase 40 anos.