Novidade
Casa da Passarella Enxertia Jaen
Tinto
2018
Dão
Preços
Sócio
12,35 Gfa
74,10 Cx
Não Sócio
13,00 Gfa
78,00 Cx
Vendido em cx de 6 gfa x (0,75l)
  • Notas de prova
Cor vermelho opaco. Aroma floral com notas especiadas de pimenta preta com vegetais. Boca harmoniosa com grande equilíbrio e taninos fáceis de grande suavidade. Exxcelente acidez e estrutura. Final longo.
Designação Oficial: 
D.O.C.

Temperatura de Serviço: 

16/18 ºC

Teor alcoólico: 

14.00%vol

Longevidade: 

15 a 20 anos

Harmonizações: 

  • Pratos de carne mais estruturados e queijos.

Situações de consumo: 

Com a refeição
Observações de consumo: 
Estabilizado naturalmente, poderá criar algum depósito com o passar dos anos.
Vinificação: 
Colheita manual para pequenas caixas de 12 kg. Vinificação em cuba de cimento com maceração pré e pós fermentativa e fermentação espontânea. Estágio de 12 meses em barricas e 18 meses em garrafa.
  • Castas
  • Região
  • Produtor

Jaen

Dão

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A zona do Dão situa-se na região da Beira Alta, no centro Norte de Portugal. As condições geográficas são excelentes para produção de vinhos: as serras do Caramulo, Montemuro, Buçaco e Estrela protegem as vinhas da influência de ventos. A região é extremamente montanhosa, contudo a altitude na zona sul é menos elevada. Os 20000 hectares de vinhas situam-se maioritariamente entre os 400 e 700 metros de altitude e desenvolvem-se em solos xistosos (na zona sul da região) ou graníticos de pouca profundidade. O clima no Dão sofre simultaneamente a influência do Atlântico e do Interior, por isso os Invernos são frios e chuvosos enquanto os Verões são quentes e secos.

Na Idade Média, a vinha foi essencialmente desenvolvida pelo clero, especialmente pelos monges de Cister. Era o clero que conhecia a maioria das práticas agrícolas e como exercia muita influência na população, conseguiu ocupar muitas terras com vinha e aumentar a produção vitícola. Todavia, foi a partir da segunda metade do século XIX, após as pragas do míldio e da filoxera, que a região conheceu um grande desenvolvimento. Em 1908, a área de produção de vinho foi delimitada, tornando-se na segunda região demarcada portuguesa.

O Dão é uma região com muitos produtores, onde cada um detém pequenas propriedades. Durante décadas, as uvas foram entregues às adegas cooperativas encarregadas da produção do vinho. O vinho era, posteriormente, vendido a retalho a grandes e médias empresas, que o engarrafavam e vendiam com as suas marcas. 

Com a entrada de Portugal na CEE (1986) houve necessidade de alterar o sistema de produção e comercialização dos vinhos do Dão. Grande parte das empresas de fora da região que adquiriam vinho às adegas cooperativas locais, iniciaram as suas explorações na região e compraram terras para cultivo de vinha. Por outro lado, as cooperativas iniciaram um processo de modernização das adegas e começaram a comercializar marcas próprias, enquanto pequenos produtores da região decidiram começar a produzir os seus vinhos. As vinhas passaram também por um processo de reestruturação com a aplicação de novas técnicas vinícolas e escolha de castas apropriadas para a região.

As vinhas são constituídas por uma grande diversidade de castas, entre as quais a Touriga Nacional, Alfrocheiro, Jaen e Tinta Roriz (nas variedades tintas) e Encruzado, Bical, Cercial, Malvasia Fina e Verdelho (nas variedades brancas). Os vinhos brancos são bastantes aromáticos, frutados e bastante equilibrados. Os tintos são bem encorpados, aromáticos e podem ganhar bastante complexidade após envelhecimento em garrafa.

 

Fonte: Infovini

Observações dos produtores acerca deste vinho: 
Num lugar de Lagarinhos vivia, há muito, um viticultor que não tinha os pés bem assentes na terra, consequência directa, dizia-se, do seu amor desmedido pelo vinho. Este homem tinha dedicado grande parte da sua vida a levitar com um livro na mão, um copo na boca e a cabeça nas nuvens, e talvez por isso tenha alcançado tanto êxito, apesar da extravagância das suas ideias. Tornou-se exímio na arte da enxertia, que considerava “uma espécie de intervenção cirúrgica de delicada beleza” e propunha que este método se deveria aplicar a tudo na vida. Quando lhe perguntaram como é que conseguia obter sempre a mesma casta magnífica de cada vez que praticava a enxertia numa vinha, respondeu que isso se devia sobretudo ao uso de um espelho. Um espelho?, voltaram a perguntar. Sim, um espelho, respondeu. E logo a seguir começou a explicar: um espelho é, por si só, uma autêntica máquina de enxertia. Qualquer excerto da realidade pode ser enxertado num espelho, sem nunca perder o seu fascínio. Basta que eu enxerte com a melhor casta a primeira videira, para assistir, através do espelho, à reprodução infinita de tudo quanto fiz. Ora, e de que forma é que conseguiu, apenas com um espelho, acabar com o flagelo da filoxera? Muito simples: confundindo o insecto. Contratei um ajudante, um camponês rechonchudo, paciente e um pouco previsível, encarregado de segurar estrategicamente um grande espelho que reflete serenamente a vinha. Como os insectos têm uma enorme predilecção narcisista, têm tendência a atacar primeiro o reflexo e esquecem-se da verdadeira iguaria. Ficam todos esborrachados ali.