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Segundo explicou a UTAD, localizada em Vila Real, o "Pinking" teve origem num trabalho de investigação de mestrado em Enologia, tem já um pedido de patente nacional e internacional e vai ser lançado pela Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo a 07 de julho.
"O que se pensou inicialmente ser um defeito de produção, afinal deu origem a uma nova categoria de vinho única no mundo", afirmou, em comunicado, Jenny Silva, enóloga da Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo.
Foi esta especialista que, em 2014, como estudante de mestrado de Enologia na UTAD, identificou o fenómeno "Pinking" em conjunto com Fernando Nunes e Fernanda Cosme, docentes e investigadores do Centro de Química da UTAD.
Trata-se, de acordo com Fernando Nunes, de um "defeito" historicamente conhecido pelo processo de "aparecimento de uma cor rosa-salmão em vinhos produzidos exclusivamente de uvas de castas brancas".
"É um processo natural e está relacionado com as condições climáticas, nomeadamente a temperatura média dos dez primeiros dias do mês de outubro, processo coincidente com o final de maturação das uvas brancas nesta região", explicou.
São precisamente estas condições que tornam, segundo o investigador, esta categoria de vinho "tão rara e passível de não poder ser produzida todos os anos, já que, em caso de temperaturas médias altas ou pluviosidade neste período, o fenómeno não ocorre ou ocorre em menor escala".
Esta "nova categoria de vinho", que adotou o nome do fenómeno, vai ser lançada a 07 de julho pela Adega Cooperativa Figueira de Castelo Rodrigo, que entretanto adquiriu a patente à UTAD, e tem precisamente como enóloga responsável Jenny Silva.
O vinho Castelo Rodrigo Pinking 2016 é um DOC, exclusivamente vinificado a partir da casta branca Síria, a casta de eleição na Região Demarcada da Beira Interior, apresentando "aroma frutado e boca equilibrada com final harmonioso".
Esta cooperativa estava confrontada com um problema comum naquela região, a cor rosada do vinho branco, cujo tratamento implicava um processo de estabilização associado a elevados custos, e, por isso, deu "luz verde" à UTAD para estudar e identificar a base daquela instabilidade.
O processo foi publicado na revista científica internacional "Journal of Agricultural and Food Chemistry" e, segundo a UTAD, está a despertar o interesse de produtores italianos, confrontados com o mesmo problema.
"No fundo transformámos um defeito numa nova categoria de vinhos, que irá para o mercado a par dos Brancos, Tintos e Rosés", concluiu a enóloga.
Fonte: Diário de Notícias